Escolaridade não previne gravidez na adolescência
22/07/2010 16:20
Metade dos jovens que tiveram filhos antes dos 22 anos de idade tinham mais de 8 anos de estudo, ou seja, ao menos o primeiro grau completo. É o que revela estudo da Secretaria de Estado da Saúde com informações de 908 adolescentes e seus parceiros atendidos na Casa do Adolescente de Pinheiros, na zona oeste da capital, entre agosto de 1997 e janeiro de 2010. Segundo o levantamento, 54,7% das meninas consultadas completaram ao menos o primeiro grau. Oito (1,7%) das 454 meninas questionadas eram universitárias. As jovens mães tinham, em média, 17,5 anos de idade quando engravidaram e iniciaram a vida sexual aos 15 anos. Do total de meninas só 14%, informaram que tiveram o desejo de engravidar. Já no caso dos parceiros das adolescentes, 48,4% estudaram por mais de oito anos, dos quais 2% eram universitários. Os jovens pais tinham 22 anos, em média, quando consumaram a gravidez. Os números da escolaridade contrastam com o fato de que 61% do total de entrevistados não usaram qualquer tipo de método contraceptivo no momento da relação sexual. O anticoncepcional via oral foi usado por 19% das mulheres, enquanto apenas 16% dos rapazes usaram preservativo. “O dado chama a atenção porque quebra o tabu de relacionar a falta de cuidado à falta de informação, diretamente. Por isso é importante trabalhar outros aspectos, especialmente as emoções, sentimentos, medos e angústias desses jovens”, afirma a coordenadora do programa Saúde do Adolescente da Secretaria, Albertina Duarte Takiuti. Gravidez em queda O Estado de São Paulo registrou queda de 36,2% no número de adolescentes grávidas em 2008 (último dado disponível), em comparação com o ano de 1998. Foram 94.461 jovens com idades até 19 anos grávidas em 2008, contra 148.018 casos em 1998. Os números são menores ano a ano.
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