O PAPEL DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM FRENTE AO IDOSO  

O PAPEL DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM FRENTE AO IDOSO

Assim como o desenvolvimento não é idêntico para todas as pessoas, o processo de envelhecimento também não é. Enquanto alguns idosos gozam de ótimo estado de saúde, outros padecem com uma série de problemas físicos e/ou cognitivos. É este último grupo o que mais necessita de atenção por parte da equipe multidisciplinar, em especial de um cuidador.
De maneira geral, quando nos referimos àquele que cuida de idosos, fazemos menção à figura do cuidador de idosos – profissional ou familiar, ou seja, uma pessoa que não necessariamente tem formação teórico-prática e experiência profissional no cuidado de idosos.
Porém, nem sempre é deste tipo de cuidador que o idoso necessita. A modalidade de cuidados e o tipo de assistência variam individualmente para cada idoso, pois depende do seu grau de autonomia, comprometimento físico e/ou cognitivo e de seu grau de dependência. Assim, um idoso mais independente não necessitará ou precisará de pouco auxílio de outras pessoas, enquanto que um idoso em piores condições de saúde pode necessitar de ajuda até mesmo para a satisfação de suas necessidades fisiológicas, como alimentar-se, cuidar de sua higiene, vestir-se de acordo com a temperatura ambiente.
Neste sentido, fica claro entendermos que em alguns casos o cuidador familiar ou mesmo aquele popularmente chamado de “acompanhante” pode não ser suficiente para a manutenção da qualidade de vida do idoso. Nestes casos o profissional da enfermagem, especialmente o técnico de enfermagem especializado no cuidado de idosos pode ser um importante e necessário diferencial.
A profissão de técnico de enfermagem é bastante versátil, engana-se quem pensa que este profissional trabalha apenas em hospitais. No que diz respeito à geriatria e gerontologia, o técnico pode atuar, além dos hospitais, em clínicas médicas, instituições de longa permanência para idosos, hospitais-dia, unidades básicas de saúde, na residência do idoso, dentre outros locais.
E quando recorrer aos serviços do técnico de enfermagem para o cuidado do idoso? Quando o idoso apresenta grande perda de sua autonomia, apresente problemas orgânicos ou cognitivos que o impeçam de realizar seus cuidados básicos e também necessite da atenção especializada de um profissional da saúde.
Nestes casos, o papel do técnico é muito importante para a saúde e a sobrevivência do idoso. Este profissional deve ser alguém preparado para realizar diversos procedimentos, que apresente uma postura ética e busque constantemente humanizar o atendimento ao idoso e à família. Isto será melhor explicado a seguir:


1. Realização de procedimentos da área da saúde: em sua formação, o técnico de enfermagem aprende a realizar uma série de procedimentos que podem ser estritamente necessários à saúde do idoso, como aferição da pressão arterial, verificação de sinais vitais, realização de testes de glicemia, administração de medicamentos (especialmente injetáveis), dar banho de leito, cuidar de diferentes tipos de sondas, fazer curativos, cuidar de possíveis úlceras de pressão (as temíveis escaras) e principalmente prevenir para que as mesmas apareçam, em caso de necessidade cuidar do soro ou do equipamento de oxigênio.


2. Postura ética: além de aprender procedimentos técnicos, o técnico de enfermagem também aprende a agir segundo os pressupostos éticos expressos no Código de Ética do Profissional da Enfermagem, por exemplo, resguardando a intimidade do paciente em procedimentos que o exponha, mantendo sigilo quanto a informações referentes ao paciente, agindo com respeito, competência e integridade. Isto é essencial, pois este profissional pode vir a trabalhar no domicílio do idoso e assim ter um contato muito direto não apenas com a privacidade do idoso como também da intimidade de toda a família, o que não pode ser repassado a outras pessoas.


3. Agir de maneira humanizada com o idoso e a família: buscando não atender apenas o órgão do idoso que está doente, mas o ser humano como um todo, tratando-o pelo nome, não infantilizando-o, sendo cuidadoso, agindo para diminuir seu sofrimento e melhorar sua qualidade de vida, sendo criativo para atender às suas necessidades e lidar co seus devaneios. No trato com a família também é necessário ser muito humano, lembrando-se sempre que problemas de saúde podem afastar os membros de uma família, causar estresse e sofrimento entre os familiares do idoso adoentado.


A possibilidade da presença de um técnico de enfermagem em casa pode contribuir para diminuir o tempo de hospitalização do idoso e assim melhorar sua qualidade de vida por trazê-lo de volta ao seu ambiente e ao convívio com a família. Cabe ao médico expor esta possibilidade e à família pensar nas condições logísticas e financeiras de arcar com este tipo de atendimento, mas é fato que os benefícios de ter um profissional capacitado para realizar cuidados específicos num idoso que realmente necessita destes cuidados são incomparáveis em relação ao cuidado destinado por um cuidador familiar ou profissional.
De forma alguma, estou desmerecendo o papel do cuidador familiar e profissional, pelo contrário, eles também são essenciais para a qualidade de vida do idoso em seu dia-a-dia. Eles têm condições de alimentá-lo, cuidar de sua higiene, cuidar da medicação por via oral, garantir sua segurança, dentre outras inúmeras funções. A presença do técnico de enfermagem é viável apenas nos casos em que realmente haja necessidade da realização de procedimentos específicos, muitos dos quais só podem ser realizados por profissionais com formação na área ou estagiários sob a supervisão de um profissional.

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